11.10.15

Cuba: A pérola do Caribe #2


  # A tão desejada Havana

Olá a todos!
Já conferiram o primeiro post sobre Cuba? Mais concretamente sobre Varadero? Podem fazê-lo aqui!
Ora bem, mas realmente todo o encanto de Cuba está em Havana e não passar por lá é um erro muito grande. Havana é uma paragem mais que obrigatória para quem visita Cuba. É lá que vemos como as pessoas vivem e a realidade do país.

Existem basicamente duas opções para quem está em Varadero e pretende deslocar-se a Havana por um dia: pode-se ir de autocarro numa excursão em grupo ou num táxi com um motorista e um guia e é uma coisa mais privada e mais montada ao gosto da pessoa. Dentro da excursão em grupo, podem optar por fazer Havana só de dia ou Havana Overnight, em que o preço da primeira é de 66 CUC's por pessoa e a segunda é de 140 CUC's por pessoa. A diferença é que na segunda janta-se em Havana e fica-se para assistir ao show do Tropicana. Sinceramente acho mais interessante ver o que é natural e acontece nas ruas da cidade do que propriamente um espectáculo montado para turistas. De qualquer das formas, a minha opção não foi nenhuma destas. Decidi alugar um táxi e ir só eu e o R. acompanhados por um guia. Fica por 150 CUC's os dois, com a única diferença que não tem almoço incluído. Sinceramente acho que vale muito a pena a pequena diferença. Fomos num carro americano e com um guia que era uma autêntica enciclopédia. Também há a hipótese de alugar carro, mas no meu resort ficava por 88 CUC's por dia, por isso não compensava, de todo. ( 1 CUC vale aproximadamente 1 EUR).




De Varadero a Havana são 150 km, mas que demoram mais ou menos 3 horas a serem feitos, dada a fraca rede de estradas que eles têm e os automóveis também muito antigos, daí ter que haver uma grande precaução na hora de conduzir. Pedimos aos nossos parceiros de viagem para nos irem buscar ao hotel às sete da manhã e à hora marcada eles lá estavam. De salientar que consegui este "negócio" no hotel. É um taxista referenciado pelo hotel e eles fazem o serviço. Mas começemos a nossa trip!

 Em toda a viagem o guia vai-nos falando sobre como se vive em Cuba, dos aspectos económicos, da sua realidade e da da maioria dos cubanos o que é extremamente interessante, porque temos ali junto de nós uma pessoa completamente disposta a mostrar-nos o que há de bom e mau neste país e eu gosto disso. Não me interessa nada ver só o que há de bom. 

A primeira paragem é no Mirador de Bacunayagua que é um dos pontos mais altos Cuba e consegue-se ter uma vista muito bonita numa zona cheia de vegetação local de braços dados com o mar. Aqui fica também o que eles chamam de "A ponte atira sogras", dada a altura da ponte. Os cubanos e o seu sentido de humor. Neste miradouro, diz o nosso guia, que se bebe a melhor pinacolada de Cuba e de fato era brutal! No caminho de regresso para o aeroporto parei noutro sítio que diziam vender também a melhor pinacolada do país e não tinha nada a ver com esta. A do Miradouro de Bacunayagua é realmente muito boa e vale bem os 5 CUC's que custa (quer seja com ou sem rum).




Chegados a Havana a nossa visita começa pelo lado novo da cidade, pelo Malecón, onde aqui passeamos só de carro, pois o nosso guia estava focado em mostrar-nos a realidade cubana e não o que é bonito aos nossos olhos, por isso aqui nem paramos.



Seguimos logo para a Praça da Revolução onde se encontra a mítica imagem de Che Guevara e aí tivemos oportunidade de sair e passear um pouco pela praça e para as habituais fotos.




De seguida, o guia perguntou-nos se queríamos ir visitar uma fábrica de charutos e claro que fui. Fui visitar a fábrica onde são feitos os charutos Cohiba, os Monte Cristo e os Romeu e Julieta. Paguei 10 CUC's por pessoa para estar lá quinze minutos e nem fotografias se podiam tirar. Não choro o dinheiro, mas achei um roubo. De qualquer das formas acho que devem visitar. É muito bom entrarmos nas rotinas deles. Basicamente o que me faz lembrar são as nossas antigas fábricas têxteis. É exactamente igual. Em relação aos charutos, eles realmente têm de ser caros. São todos manufacturados e com uma minúcia incrível, em que cada uma das folhas que o compõem têm uma maturidade diferente. É realmente muito trabalhoso e é uma arte. Diz-se que quem trabalha nas fábricas de charutos são as pessoas que melhores condições de vida têm em Cuba, pois para além do seu pequenino salário o Estado cede-lhes cinco charutos por dia e eles podem vendê-los cá fora e ganharem mais dinheiro.   

É então depois desta paragem que começamos a entrar na realidade de Havana, caminhando pelas suas ruas mágicas. Começámos por uma avenida banhada de prédios coloniais bastante degradados, onde no meio desta avenida se concentram cubanos a vender as suas casas. Em Cuba não há agências imobiliárias, então as pessoas juntam-se nesta avenida para tentarem vender ou permutar as suas habitações. Por esta avenida acima vamos ter ao edifício do Capitólio onde será o futuro Palácio do Governo. Neste percurso tivemos oportunidade de vislumbrar os majestosos edifícios do centro de Havana (alguns recuperados, outros muito degradados) e os incríveis carros americanos que nesta parte da cidade desfilam em grande estilo. São na sua maioria táxis e com cores cheias de alegria. Vimos alguns hotéis históricos e outros onde tinham ficado hospedadas algumas celebridades, como por exemplo a Beyoncé e o Jay Z. 













Entretanto é hora de almoço e o nosso foi na Associação Cultural Galiza-Cuba. É um espaço de convívio, com música ao vivo e penso que também deverá haver dança, mas como era hora de almoço só havia música. O restaurante da Associação é muito bom. Em Portugal já fui a sítios bem piores. Comemos um prato de pescado com lagosta, gambas e bife de atum. Era um menu que tinha tudo incluído: pão, sopa, prato, sobremesa, bebida e café. Não foi propriamente barato, mas para o que comemos e para a qualidade achei aceitável: 19 CUC's por pessoa.



Da parte de tarde continuamos a nossa caminhada pela real Habana Vieja! Aqui sim, tem-se maior percepção daquilo que é a realidade das pessoas. Vimos as mercearias deles, os talhos, as casas... Bem, as mercearias em nada têm a ver com as nossas como eu esperava: apenas se encontra o básico dos básicos, cebolas, fruta, feijão, limões e pouco mais. Dentro do talho não entrei, mas sei que eles têm direito a meio frango por dia e uma porção de carne picada, através das senhas que o estado lhes dá. As casas... Bem esta parte foi a que me chocou mais... Havana tem pessoas com condições de habitabilidade muito más mesmo. Nas cidades que passamos durante o trajecto não achei tanto isso, mas aqui sim. As casas são de uma degradação extrema. Por exemplo, num prédio, pode uma parte ter aluído e no lado adjacente continuarem a viver famílias. Ou prédios suportados por vigas de madeira. De fato nesta questão não gostei muito do que vi. De resto, eles têm o básico e parecem-me um povo conformado e que não está para se chatear muito. Como dizia o nosso guia: aqui é tudo muy tranqillo! Sinceramente parecem-me muito mais alegres e despreocupados que nós. Afinal de contas, não têm nada a perder. Mas isto é uma questão que não me vou alongar muito. Importante falar da segurança: Cuba e inclusivamente Havana são extremamente seguras. Há imensa polícia e muitos militares, mas nada que seja assustador. Para mim é ótimo: sinto-me segura e posso andar descansada e relaxada que estou protegida! Claro que os cuidados mínimos são fundamentais, mas o bom senso trata disso. 











   
O resto da excursão foi deambular pelas ruas de Havana, ir à La Bodeguita del Medio, ao café que o Eça de Queiróis frequentava enquanto Consul de Portugal em Havana ou simplesmente deslumbrar a estátua do Luis de Camões, ver as crianças na escola todas de uniforme, apreciar os edifícios que estavam recuperados e alguns hotéis de uma imponência fora de série. Na volta entra-se no táxi e não há mais nada para ver.










Não vou mentir... Senti que um dia em Havana foi pouco. Esta cidade tem muito mais para nos dar. Muito mais para sentir e por isso é que fiquei com uma vontade enorme de lá voltar. Acho que o tempo perfeito para ficar em Havana, para quem quer ir para Varadero depois, são dois dias.  

De qualquer das formas, vou deixar-vos tirarem as vossas conclusões pelas fotos que vos mostro e se tiverem alguma questão, terei todo o gosto em esclarecer!
Foi de fato um grande Momento Maravilha!!!

Beijinhos!

By Soraia Maravilha  

    

   

    

2 comentários :

  1. Olá Soraia :) Estive em Cuba há alguns anos e é curioso como Habana Vieja continua exactamente igual! Eles bem que andavam em obras quando eu lá estive, mas parece que não chegou. Fiz recentemente um post no meu blog precisamente sobre Havana. Das cidades que visitei foi sem dúvida a que estava mais degradada. Também percebi pela tua descrição que está tudo mais caro para os turistas! Já puxavam dos preços na altura, mas agora estou a ver que ainda é pior!
    Gostei de ler o teu relato, encontram-se poucas pessoas pelos blogs que já tenham estado em Cuba :)

    http://aondenaoestou.blogspot.pt/

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    1. Olá Ana!!
      Muito obrigada pela tua visita! Vou seguir-te!
      Sim, de fato, está muito degrada e no domingo anterior tinha estado lá o Papa, por isso imagina se não tivesse lá ido!
      Eu adorei. Apesar de velha é mágica e não me importava de repetir!
      Beijoca***

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